A leitura é fascinante por diversos aspectos. Um deles são os inúmeros caminhos por onde ela nos conduz, de acordo com a vontade que criando em nosso ser de seguir por um lado, por outro, para frente, para trás ou simplesmente ficar à deriva. Introdução bem poética e filosófica, não? Pois foi por um desses caminhos que segui e vim parar na lista dessa semana, começando com o terror, enveredando por aventura e mistério policial com bichos antropomorfizados, curtindo umas férias adoidadas em família e, por fim, voltando para o terror. Vamos, então, ver como foram as leituras no período até 06 de outubro de 2025.

308 – CARMILLA
Carmilla é uma ótima história vampírica estrelada por uma ótima personagem feminina. No entanto, a adaptação para quadrinhos deixou um pouco a desejar, justamente por faltar o quesito principal: adaptação. É fácil cair no equívoco de tentar reproduzir o texto em prosa tal qual como é para os quadrinhos. Digo equívoco, porque isso gera uma obra truncada, sem fluidez, pobre de narrativa. Não é um gibi, nem livro ilustrado e nem livro de texto corrido. Este é o caso desse gibi, que traz uma arte estática, sem vida, sem movimento, por vezes confusa, acompanhada de um texto narrativo cansativo e enfadonho. Nos quadrinhos, um meio que se vale dos recursos visuais, é aconselhável mostrar muito mais do que dizer. O texto corrido diz bastante, na maioria dos casos, para que o leitor possa criar a imagem na sua mente. O gibi pode até sugerir em imagens para que o mesmo aconteça. Só não pode é colocar inúmeros quadros estáticos de personagens parados com a boca fechada e dizer que está criando uma narrativa visual.

309 – BLOQUINHO EXTRA APRESENTA #09: O INCRÍVEL HULK
Não sei dizer se esta foi a primeira incursão do gigante verde na Editora Bloch antes do início da sua série mensal pela mesma editora. Na verdade, meio que fiquei com preguiça de pesquisar! Só sei que fiquei muito feliz quando encontrei esse gibi em um sebo virtual por um precinho camarada. Para quem não sabe, o Hulk é o meu personagem favorito da Marvel. De uns tempos para cá, venho em uma cruzada de pegar os gibis mais antigos do verdão. Claro que a leitura foi muito divertida!

310 – A BRUXA MARGARET
De uns tempos para cá, a Editora Darkside tem se tornado uma das minhas preferidas. Primeiro, pelo quesito projeto gráfico, já que sou professor de design gráfico e babo nos livros da editora. Segundo, pelos gibis “diferentões” que a editora costuma publicar, até mais diferentes do que os outros diferentes que as demais editoras do mesmo seguimento se propõem a publicar! É difícil você se decepcionar com alguma obra da Darkside. Foi o caso de “A Bruxa Margaret”. Comprei só por dois motivos: era gibi de bruxa e era gibi da Darkside! Adorei! O enredo e a arte vai nos prendendo do início ao fim. Trata-se de um gibi curtinho, mas a leitura rápida vai muito além do pouco texto dos seus quadros. É mais por esse aspecto arrebatador de ficar obcecado em saber o que terá a cada virada de página. Muito bacana!

311 – SATÂNIA
Quando vi a capa desse gibi, logo me apaixonei. E também pensei que era uma coisa. Mas à medida em que ia lendo, fui percebendo de que se tratava de outra coisa. Bem melhor do que a coisa que eu havia pensado antes! É impressionante a quantidade de história que os autores conseguem contar em tão poucas páginas. Em certo momento, eu já estava cansado da jornada dos personagens (não da leitura) e, quando fui ver a numeração da página, ainda beirava a trinta! Muito bacana essa sensação. Parece que eu estava lendo um “filme”!

312 – CONDADO MALDITO VOL 03
Esse é o mais fraco volume até aqui. Ainda assim, é de alto nível! Este volume não é fraco porque é ruim, mas porque os dois primeiros foram estarrecedores de tão bons. Esse aqui, especificamente, não traz uma história completa como os anteriores. E ainda muda o desenhista, o que já causa uma certa estranheza com rejeição. Mesmo assim, introduz alguns ganchos que, espero, serão desenvolvidos daqui para frente. Apesar dessa sensação fragmentada da leitura, ainda assim é uma leitura muito bacana.


313 E 314 – SEM NORTE VOL 01 E 02
Comprei esses gibis na CCXP 2024 e só agora peguei para ler. Adorei! Tem todo aquele clima de aventura das animações produzidas pelo Steven Spielberg, com belíssimas ilustrações de cenários e cachorros em movimento que é dificílimo de fazer, devido à anatomia dos animais! E um enredo de aventura muito envolvente! Ao salvar as imagens das capas, descobri que já existe o terceiro volume. Vamos correr atrás!

315 – BLACKSAD INTEGRAL
Terminei de ler esse gibi nessa semana, mas não comecei a ler nessa semana! Motivo? É muito bom para ler nas carreiras! Não lembro exatamente quando comecei a ler, mas me propus a devorar um capítulo por vez, até chegar ao fim. Que experiência incrível! Se não bastasse a arte embasbacante, os enredos detetivescos nos prende na leitura até não poder mais. Arrisco a dizer, que “Zootopia” da Disney bebeu muito da fonte de Blacksad! Pena que acabou. Queria mais!

316 – VERÕES FELIZES EDIÇÃO INTEGRAL
À exemplo de Blacksad, também li “Verões Felizes” capítulo a capítulo, sem pressa, sem aperreio, como devem ser umas boas férias. Adorei passar esses momentos ao lado da família de personagens, mesmo que, a cada capítulo, o mote mostrou sinais de desgaste, já que começou a ficar visível que as ideias para os perrengues enfrentados pela família foram ficando cada vez mais escassos de inventividade. O que é natural da vida, a bem da verdade. Por mais desprovida de sorte que seja uma família, não dá para passar por perrengues cada vez mais catastróficos a vida inteira. Mesmo assim, trata-se de um álbum incrível.

317 – SOMBRAS DA MORTE
Adoro o traço do Richard Corben! Dito isso, constatei ao ler esta obra, que se torna muito cansativo ler um conto atrás do outro ilustrado pelo Corben. O problema em si não é a arte dele, claro. Mas as sucessivas ideias jogadas em poucas páginas e nada aprofundadas! Deu vontade de ler uma história longa sobre os temas de metade dos contos desse álbum. Mas da forma como está, uma “metralhadora” de micro histórias, ficou muito cansativo de se ler. Inclusive a arte do Corben.