LEITURAS DA SEMANA: DEMOLIDOR E SPIRIT!

Aproveitei as leituras da semana para devorar duas séries que há tempos eu queria ler, encabeçadas por dois desenhistas de que gosto bastante. Então, sem mais delongas, vamos ao interessa, as leituras no período até 23 de outubro de 2025.

333 A 335 – DEMOLIDOR PAI # 01 A 03

Demorou, mas finalmente consegui adquirir essa minissérie escrita e desenhada pelo Joe Quesada. A espera valeu a pena? Mais ou menos. Ao ler esses gibis, a todo tempo tive a sensação de estar lendo uma espécie de “Homem-Aranha Tormento” do Homem sem medo. Como assim? Vou explicar! Quando o Todd McFarlane teve a oportunidade de encabeçar um título próprio do Homem-Aranha, logo inventou de fazer uma espécie de continuação de “A Última caçada de Kraven”, pegando um monte de elementos do universo do escalador de paredes, juntando com o Lagarto como vilão principal e criando uma espécie de história de terror. Acontece que, apesar dos belos desenhos do McFarlane, o gibi não é esse primor todo de roteiro, recorrendo a diversos clichês para se sustentar. Tudo bem! Eu gosto mesmo assim. Já em “Demolidor Pai”, Joe Quesada pareceu ter a pretensão de criar o “Cavaleiro das Trevas” para o Demolidor, como já indica as capas com o herói cego “anabolizado”. Entretanto, o roteiro também não é aquele primor. Chega ao ponto de recorrer a um dos piores clichês, a meu ver, dos gibis do Demolidor, que é a tal “aventura acontecendo na pior onda de calor de Nova Iorque”! A trama mostra uma angústia injustificada do Matt Murdock ao longo das páginas. Entrelaça com fatos “nunca vistos” da origem do Demolidor. Outro clichê horrível de roteirista iniciante. Pior é que, ao contrário de Todd McFarlane, a arte de Quesada oscila bastante na minissérie inteira. As cores cheias de degradês mais atrapalham do que ajudam. Se tivesse a pegada “cor sólida” das capas, talvez tivesse ficado bem mais interessante.

336 A 340 – THE SPIRIT # 01 A 05

Spirit! Darwin Cooke! Bastava só esses dois nomes para comentar quão divertidos são esses gibis. O saudoso Darwin Cooke se esbalda na criatividade, tanto nos roteiros, quanto na arte, para produzir quadrinhos leves, divertidos, descontraídos e etc, etc, etc com o personagem, talvez, mais famoso do Mestre Will Eisner. Como eu amo a arte do Cooke. Praticamente babei em cada página. O cara faz parecer fácil. O resultado é que fiquei “viciado” em Cooke e já estou correndo atrás de outros gibis feitos por ele.

341 – COMO FALAR COM GAROTAS EM FESTAS

Por falar em babar na arte, Fábio Moon e Gabriel Bá também causam esse efeito. Os dois se juntaram para dar vida a um conto do Neil Gaiman. E que arte fantástica! Obviamente, por se tratar do Gaiman, não se deixe enganar pelo título da história. Tem algo a mais de fantasioso na história que vai nos deixando com vontade de devorar cada página para ver até onde aquilo vai.

342 E 343 – VAMPS # 02 E 03

Demorei um pouquinho para terminar essa minissérie. O motivo é simples: a história é tão divertida, que fui lendo em doses homeopáticas. O final é um pouquinho corrido e mostra um confronto final entre as vampiras motoqueiras e o ex-mestre delas que nos levanta questões sobre formas mais eficientes e se livrar de vez de um vampiro. Fora isso, a diversão é garantida, com muita sanguinolência.

344 – RASL Voltando a falar sobre arte de que eu babo, temos aqui o Jeff Smith, criador de Bone, uma das séries de fantasia mais legais de todos os tempos, em um álbum que eu não sabia que existia, mas que tratei logo de adquirir assim que tomei conhecimento, e saltar direto para o topo da pilha de leitura. Smith endoida o juízo do leitor em uma trama instigante de realidades paralelas. O álbum é um calhamaço de mais de 450 páginas, mas devorei em dois dias, sem ler 24 horas por dia, claro! O único porém, é a oscilação na arte. Enquanto em Bone a arte de Smith se mantém estável do início ao fim, inclusive melhorando no decorrer da trama, em Rasl dá umas osciladas bem perceptíveis, talvez pelo cansaço, não saberia dizer. Mesmo assim, isso não atrapalha em nada o brilhantismo e a fluidez da história.

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