Os últimos dez dias foram uma correria danada. Tive a grande notícia de ter sido selecionado dentre os 45 artistas para participar do projeto “Caravana do Silvinho” e, por isso, precisei viajar para São Paulo para pintar a escultura “Silvio Forrozeiro” em homenagem ao nosso grande mestre comunicador da TV brasileira. Tudo isso em meio a fechamento de roteiro e aprovação de sinopse. Daí você já viu! Li bastante coisa entre uma coisa e outra! Mas cadê tempo (e disposição) para sentar no computador e listar as leituras da semana? Então, sem mais delongas, vamos aos comentários das obras lidas no período até 12 de julho de 2025.
208 – BATMAN #33
Aprendi com o meu mestre e querido chefe Mauricio de Sousa, que histórias que se passam em sonhos ou pesadelos são um pouco perigosas de se criar, principalmente quando termina em “e tudo não passou de um sonho”, pois não altera em nada a vida do personagem e nem avançam a trama para lugar nenhum. Mesmo assim, embarquei nessa viagem onírica proposta pelo Tom King e gostei bastante. Não me preocupei muito em saber aonde o roteirista queria chegar ou como o Batman ficou “preso” em seu próprio subconsciente, apenas curti a doideira que esse tipo de história promete, principalmente na primeira metade do gibi, com os desenhos alucinógenos de Mitch Gerads.

209 – BATMAN #34
A mente do Batman vai criando mais e mais mecanismos para lidar com o seu próprio subconsciente. Sabe quando estamos em um sonho ruim e, no próprio sonho, ficamos tentando nos convencer que é apenas um sonho? Pois é! É esse gibi! Chega a dar uma angústia, principalmente para quem já teve a terrível experiência de paralisia do sono, quando você fica tentando acordar e não consegue. O gibi, nesse momento, segue muito bacana de se ler.

210 – BATMAN #35
O arco do pesadelo faz um pequeno parêntese e mostra a divertida despedida de solteiro de Bruce Wayne e Selina Kyle. Ao final da história, temos um deslumbre do que está acontecendo com o Batman na “vida real”. Na segunda parte do gibi, tem uma coisa pra lá de esquisita: o Bane peladão treinando luta corporal com o Thomas Wayne de outra realidade. Bizarro, para dizer o mínimo!

211 – MARVEL APRESENTA #23: 4
O que essa série tinha de legal e instigante, era ver o Quarteto Fantástico desempregado tendo que lidar com as questões mundanas que a falta de verba proporciona. No entanto, o roteirista inventou de tentar contar histórias mais usuais do Quarteto Fantástico e falhou miseravelmente, com enredos insossos e sem graça! Pra completar, o desenhista Steve Mcniven saiu do gibi e os substitutos tentam a todo custo emular o traço dele, mas só conseguem causar estranheza mesmo. Uma pena. Era uma ideia muito legal ver os Desempregados Fantásticos!

212 – MARVEL APRESENTA #24: HULK E COISA
Confesso que não sou muito bom da escrita do Bruce Jones, mas essa história até que é bem legal, apesar dessa capa pra lá de esquisita! Peter David já tinha feito algo parecido lá atrás, durante a saga “Contegam Regressiva”, na qual o Hulk Cinza estava morrendo envenenado e foi pedir ajuda do Reed Richards. Acabou em quebra-pau com o Quarteto Fantástico, claro. Mas no finalzinho, Hulk e Bem Grimm tiveram um bate-papo bem legal em um bar, no estilo lavagem de roupa suja. Esse Marvel Apresenta é uma espécie de “versão extendida” daquela DR entre os dois personagens. Igualmente divertida! É difícil errar em uma história com o Hulk e o Coisa. E a arte belíssima do Jae Lee só torna tudo ainda mais legal.

213 – BATMAN EXTRA #13
Essa história começa de forma modorrenta. Mas depois que ingrena, vai para um caminho de mistério egipcio muito bacana. Gostei muito.

214 – BATMAN EXTRA #14
“Espantalho: Ano Um” é só força de expressão, já que a história se passa, no máximo, em uma semana ou menos. Pelo menos os fatos mostrados no presente. Se contar os flashbacks, aí sim dá mais de um ano, uma vez que mostra fatos desde o nascimento de Jonatham Crane. Mesmo assim, não é lá uma grande história. Também pudera! É escrita por Bruce Jones. O que torna divertido, são os desenhos do Sean Murphy, provavelmente em início de carreira, com um traço que remete muito a desenho animado. Mas não posso ser inteiramente injusto com o Bruce Jones. Apesar da história do Espantalho ser arrastada e chata, o roteirista consegue criar uma dinâmica muito legal entre o Batman e o Robin (Dick Grayson).

215 – BATMAN EXTRA #15
Na última edição da coleção, temos uma história escrita e desenhada pelo Sam Kieth. Pronto! Você não precisa saber de mais nada! Kieth só precisa de um fiapo de trama para endoidar no seu traço louco de que sou tão fã. E com o Lobo fazendo parceria com o Batman, então, só melhora tudo! Sou doido para ler o The Maxx do Sam Kieth. Quem sabe um dia…

216 – GUERRAS SECRETAS #08
Começa a derrocada do Doutor Destino, sendo atacado por todos os lados. Como já era de se esperar, o enredo é conduzido da maneira menos crível possível, que é o problema desse tipo de saga. Destino é onipotente. Bastava estalar os dedos e todos os seus inimigos seriam imediatamente vaporizados. No entanto, todo o final da saga leva para um combate físico que não faz sentido e tampouco empolga.

217 – GUERRAS SECRETAS #09
E tudo é decidido em um combate físico entre Doutor Destino e Reed Richards no qual o vencedor é aquele que tem a maior força de vontade. Pelo menos foi o que eu entendi! O megalomaníaco Jonathan Hickman não se dá ao trabalho de explicar os mecanismos de poder do Doutor Destino e como ele consegue a façanha de ser derrotado pelo Senhor Fantástico, quando bastava estalar os dedos e dar um sumiço no seu rival. Vai ver o próprio Hickman não sabia muito bem como explicar a derrota de um ser tão poderoso e deu uma de doido! Daí, a saga ficou com esse final insosso e sem graça!

218 – GUERRAS SECRETAS: HOMEM-ARANHA #04
Esse é o incrível caso de que os tie-ins são melhores do que a saga principal. Essa edição revisita o universo 2099, que sempre me faz pensar “Esse povo não tem reveillon? Quando passarão a virada para o ano 2100?” Brincadeiras à parte, Peter David retorna ao universo que ajudou a criar e nos mostra a situação “atual” de Miguel O’hara, bem como a inclusão de uma equipe privada dos Vingadores e outra “sem fins lucrativos” dos Defensores! O embate entre as duas é inevitável. Diversão garantida!

219 E 220 – CABLE: SANGUE E METAL #01 E 02
Estou numas de ler e reler gibis ruins da década de 1990! Essa, por exemplo, comprei agora quando fui ao Anime Friends em minha viagem à São Paulo e li no hotel. E vou te dizer… gostei de ler mais agora do que quando li na época do seu lançamento. A trama é bem rasa e mostra dois períodos temporais, o passado e o presente, que se conectam para revelar mais sobre quem é o homem chamado Cable. O Romitinha destrói nos desenhos, passando a impressão de que ele estava se divertindo com cada tracinho que colocou nas páginas. Embarquei nessa diversão junto com ele. Na conclusão da minissérie, temos o embate entre o Cable e o Conflyto. Não lembro se foi nessa edição que “finalmente” ficamos sabendo que o Conflyto tinha a mesma fuça que o Cable. De qualquer forma, isso pouco importa! O que importa mesmo, é ver o Romitinha endoidando nos desenhos, com um show de arte!
221 – YOUNGBLOOD E X-FORCE
Por falar em gibi ruim da década de 1990, temos este crossover aqui, que se salva pelos desenhos do Roger Cruz. São muitos personagens para poucas páginas! E tudo ficou ainda pior, pelo menos pra mim, porque não faço ideia de quem é quem dos Youngblood! No entanto, está aqui um enredo desperdiçado! Poderia ser retratado atualmente, mas com mais edições, que ficaria bem legal! O mote é que os heróis são “contratados” para viver personagens em filmes e séries no Mundo do Mojo. Fica uma confusão sobre o que é real e o que é interpretação. É justamente essa premissa que merecia ser melhor aprofundada, tudo pela visualização, a vida que virou um reality show, o engajamento, e por aí vai.

222 – X-FORCE E YOUNGBLOOD
No segundo encontro das duas equipes, temos uma espécie de revanche do vilão Mojo. Os problemas permanecem, com um monte de personagens dos Youngblood que eu não faço ideia de quem sejam, divididos em diferentes núcleos que não levam a lugar nenhum. Dessa vez, a confusão fica ainda maior com sete… eu disse SETE desenhistas fazendo essa edição!

223 – LIGA DA JUSTIÇA, O DESENHO DA TV #07
Os quadrinhos inspirados nos desenhos animados da DC Comics da década de 1990 geralmente são muito bons. Entretanto, essa edição da publicação brasileira teve uma trágica diminuição de páginas em decorrência da redução no preço. O resultado é que a revista perdeu as histórias do Batman e do Superman. E a história da Liga da Justiça selecionada para esta edição é uma das mais fracas e bobinhas. Pelo menos falta somente mais uma para eu completar a coleção.
224 à 226 – GEN 13 MANGÁ, GRUNGE: O FILME # 01 à 03
Olhando de longe, essa minissérie do Gen 13 parece somente mais um gibi apelativo com garotas gostosas seminuas para atiçar a libido da pivetada. Olhando de perto, é exatamente isso! Mas também vai além! Adam Warren escreve um roteiro que zoa com todos (ou praticamente todos) os estereótipos dos filmes de ação. Arrisco a dizer, que depois da leitura, nunca mais dá para assistir a um filme de ação com os mesmos olhos de antes. Adam Warren utiliza o seu roteiro para estraçalhar na arte. Que arte linda! Claramente o roteirista/desenhista é um grande fã do gênero de ação. Mais até do que eu, já que tem uma enxurrada de referências que eu não pesquei! Muito bacana!



227 e 228 – LIGA DA JUSTIÇA: BATISMO NEGRO # 01 E 02
Essa minissérie saiu nos últimos sopros de vida da DC Comics na Editora Abril Jovem. Nunca me interessei em comprá-la. Até agora! E vou te dizer que gostei bastante da história. Geralmente enredos que envolvam o lado místico da DC me atraem. Arrisco a dizer que os protagonistas dessa minissérie são o filho do Felix Fausto e o Demônio Azul, que aprendi a gostar quando li outra minissérie, A Vingança do Submundo.


229 – GUERRAS SECRETAS: OS VINGADORES #04
Lembra que eu falei que os tie-ins de Guerras Secretas chegam a ser mais divertidos do que a minissérie principal? Então… há exceção! E essa exceção se chama “Salve a Hidra”! A hq tem como protagonista um filho do Arnim Zola de que ninguém se importa (eu não me importo!), que foi criado por um Steve Rogers de outra realidade e, agora, foi parar em outro mundo que é dominado pelo Zola e precisa se aliar à filha do Steve Rogers desse mundo para ver se consegue libertar o povo e… Foi uma leitura bem arrastada! Acredite!

230 – MARVEL APRESENTA #25 – 1602 NOVO MUNDO
Por falar em leitura arrastada, eis mais um exemplo. Na época do seu lançamento, não reparei que a capa era do Sergio Toppi. Faltava um pouco mais de bagagem, acredito eu. Vendo hoje, é uma pena que o miolo do gibi não traga as outras quatro capas da minissérie, também de Toppi. Quando à história, vale pelo belo traço do brasileiro Greg Tocchini. Já o roteiro do Greg Pak, passa a sensação de estar o tempo todo correndo atrás do próprio rabo, que vai de lugar nenhum para lugar algum, da maneira mais lenta possível. A quantidade de personagens novos também não ajuda muito, já que é bem fácil confundir quem é quem na fila do pão!
231 – MARVEL APRESENTA #26 – DEFENSORES
Devo confessar que já achei esse gibi mais divertido. Hoje, parece mais um filme típico da Marvel, mais preocupado em enfiar uma enxurrada de piadas forçadas e fora de contexto, ao invés de seguir adiante com a ação. Para você ter uma ideia, chega um momento em que o Dormammu vai confrontar o Eternidade. Na edição seguinte, a entidade cósmica simplesmente aparece derrotada, com o vilão Dormammu fazendo piadas! Cadê a ação? Como o Eternidade foi derrotado? Enfim…




















































































































