RETROSPECTIVA 2022… E VAMOS QUE VAMOS!

Chegou o grande momento (pelo menos para mim!) de registrar o balanço do ano anterior, para poder projetar como será o novo ano a partir daqui!

O ano de 2022 foi de consolidação na minha produção criativa e novos desafios! Em setembro, tive a grande alegria (e responsabilidade) de estrear como roteirista do arco principal da revista Turma da Mônica Jovem! “Ascensão do Limiar” mostra como a Viviane lida com o luto pela perda da filha Ramona (falecida no arco anterior) e quais as consequências disso para todo o Bairro do Limoeiro. Com duração de quatro partes, o arco teve início na edição de número 13!

Para 2023, já começou a despontar nas bancas e lojas especializadas o novo arco “Tretas do Coração”, que comecei a roteirizar logo após o término de “Ascensão do Limiar”! Sinto-me muito honrado com a confiança da MSP em me proporcionar essa imensa alegria!

Em 2022, a Editora Culturama, através do queridão editor Paulo Maffia, me proporcionou a grande alegria de co-roteirizar um álbum especial em comemoração aos 80 anos do Zé Carioca. Participar de um projeto dessa importância já seria maravilhoso só em poder escrever o Zé Carioca! Agora imagine um álbum em que aparece praticamente todo o elenco de Patópolis contracenando com o Zé Carioca? Me senti realmente um roteirista da Disney! O álbum “Zé Carioca conta a História do Brasil” tem lançamento previsto para o mês de Março de 2023!

Vamos agora ao balanço e às metas:

MSP – Maurício de Sousa Produções

Escrevi 525 páginas de roteiros em 2022, uma média de 43 páginas por mês! Foram 31 páginas a mais que em 2021, quando escrevi 494 páginas! A meta para 2023 é aumentar a média para, pelo menos 45 à 50 páginas por mês!

Disney/Editora Culturama

Em 2022, escrevi 81 páginas de roteiros para a Disney, 03 a mais que em 2021, quando havia escrito 78 páginas! A produção nacional de quadrinhos Disney ainda é modesta, apesar de já estar sendo criados projetos bem ambiciosos. Por conta disso, fica difícil estabelecer uma meta para 2023! O que posso dizer, é que estou sempre à disposição para viajar para a Vila Xurupita e para Patópolis!

Somando MSP e Disney, escrevi no total 606 páginas de roteiros em 2022 (34 páginas a mais que o ano anterior)!

Lederly Comics

Em 2021, estabeleci como meta para 2022 dar prosseguimento ao meu livro de ilustração e começar a escrever o roteiro de uma graphic novel infantil! Não consegui fazer nenhum dos dois! Inclusive achei por bem arquivar (pelo menos por enquanto) o livro sobre ilustração, já que estou em outro momento profissional, totalmente inserido na área de quadrinhos e estava muito difícil retomar a pesquisa das áreas de ilustração editorial e publicitária, que eram o que eu estava mais envolvido no período em que eu dava aulas sobre essas áreas, entre 2013 e 2018!

A boa notícia para 2023 é que surgiu a possibilidade de eu produzir um novo livro! Assim que o projeto for aprovado, darei mais notícias!

Agora é arregaçar as mangas e continuar o bom trabalho! Vamos que vamos!

ILUSTRAÇÃO DA NOVA IDENTIDADE VISUAL 2022

E ficou pronta! A ilustração para a nova identidade visual que abre oficialmente os trabalhos para o ano de 2022! Com o tema “Guerra de Travesseiros”, resgato um personagem muito querido, o menino Tobias, ao lado do seu inseparável ursinho de pelúcia Potim!

Para quem não sabe, Tobias é o protagonista do álbum em quadrinhos “O Boi da Cara Preta”, lançado em 2013 pela Editora Ornitorrinco e posteriormente disponibilizado para leitura gratuita on line (clique aqui!). Em suas histórias, Tobias vive aventuras em um mundo surreal de sonhos, repleto de perigos, desafios e brincadeiras, toda vez que a sua mãe o põe para dormir entoando um cantiga de ninar ou de roda! Nesse mundo imaginário (ou não) o seu ursinho de pelúcia Potim ganha vida e o ajuda em diversos momentos, sempre com sensatez (ou não)!

A ilustração foi criada com técnica mista de Aquarela, Lápis de Cor Aquarelável e Lápis de Cor Seco, Tinta Guache e Pastel Seco. Além do blog, a ilustra também já está estampando as capas de todas as redes sociais do Estúdio Lederly Comics!

Agora só falta a foto oficial de perfil!  

RETROSPECTIVA 2021… E PARA O INFINITO E ALÉM EM 2022!

Chegou a tão aguardada (pelo menos pra mim!) retrospectiva do estúdio Lederly Comics! Como de praxe, faço um balanço do que foi produzido ao longo do ano para, em seguida, estabelecer metas para o ano vigente (Quer ver como foi o anterior? Clica aqui!).

Apesar da pandemia, 2021 foi um ano repleto de alegrias! Já comecei com o pé direito ao ser promovido em janeiro para a equipe de roteiristas da terceira série da revista Turma da Mônica Jovem! A minha estreia oficial se deu em agosto, em TMNJ 03, com a história “A Porta”, protagonizada por Nimbus, Maria Mello, Tikara, Keika e Toni!

Já no mês seguinte, em TMNJ 04, tive a alegria de ver publicada a “Hora do Ângelo”, protagonizada, claro, pelo anjo da guarda preferido da Turma da Mônica Jovem! Sou muito grato à Alice Takeda (minha querida diretora) e aos queridões Marina Cameron, Paulo Back, Emerson Agune e Wagner Bonilla (meus gurus!) pela confiança!

Ano que começa bem, termina bem também! Tive a honra de ser convidado para co-escrever, ao lado dos mestres Gerson Teixeira e Paulo Maffia, o especial que abriu oficialmente as comemorações de 80 anos de criação do papagaio mais brasileiro da Disney: “Zé Carioca em Aventuras Fantásticas – volume 01”. O álbum teve lançamento em dezembro, com toda pompa e circunstância, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, uma publicação da Editora Culturama! Grato ao meu querido editor Paulo Maffia pela confiança!

Depois dos destaques, vamos agora ao balanço e às metas:

MSP – Mauricio de Sousa Produções

Escrevi 494 páginas de roteiros em 2021! Foram 153 páginas a mais que em 2020, quando havia escrito 341 páginas! Um recorde! Foram 36 roteiros ao todo, divididos em Turma da Mônica Clássica (29 roteiros) e Turma da Mônica Jovem (7 roteiros).

A meta para 2022 é manter uma média de 50 páginas de roteiros mensais!

Disney/Editora Culturama

2021 foi o ano em que me consolidei como um dos roteiristas da equipe Disney/Culturama do Zé Carioca. Em 2020, havia escrito somente 01 roteiro e a meta para o ano seguinte era bem modesta, escrever 02 roteiros! Contrariando todas as minhas expectativas e contando com a confiança do meu editor Paulo Maffia, em 2021 cheguei a produzir 07 roteiros para o Zé Carioca, somando incríveis 78 páginas! Bom demais!

A meta para 2022, no entanto, é bem pé no chão: manter o bom trabalho e produzir, pelo menos, 60 páginas de roteiros!

Somando MSP e Disney, escrevi em 2021 impressionantes 572 páginas de roteiros ao todo! Outro recorde absoluto para mim! Uma alegria só!

Inktober 2021

Consegui cumprir a meta de fazer 01 desenho por dia ao longo de todo o mês de outubro! Aproveitei a brincadeira do “BodeTober”, idealizada pelo meu querido amigo desenhista Daniel HDR, e misturei o Zé Carioca com diversos personagens da cultura pop (Quer ver todos? Clica aqui).

A meta para 2022, claro, é brincar novamente! Esse evento virtual é um ótimo exercício de criatividade!

Lederly Comics

Em 2021 fiquei devendo um pouco para os projetos pessoais! Com os efeitos psicológicos da pandemia ainda em voga, preferi focar na MSP e Disney, trabalhar somente meio período e descansar um pouco a mente! Assim, não dei prosseguimento ao que estabeleci como metas: Livro teórico/prático de ilustração; Álbum “As Ruínas de Angoera”; Graphic novel infantil; e Contos em Quadrinhos.

Por isso, a meta para 2022 é bem modesta e mais pé no chão: dar prosseguimento ao livro de Ilustração no primeiro semestre (que já tem 02 capítulos prontos, de um total de 06) e começar a escrever o roteiro da graphic novel infantil no segundo semestre!

Então é isso! Bastante coisa bacana para produzir em 2022! Em fevereiro, voltarei com tudo com a estreia oficial da nova identidade visual do blog e das redes sociais! E vamos que vamos!

O QUE ANDEI LENDO: X de Espadas!

Antes de começar a falar sobre esta saga, acho importante frisar que li anteriormente somente as edições de 01 à 06 da revista dos “Xis-men” dessa “nova” fase encabeçada pelo roteirista Jonatham Hickman (Quer saber a minha opinião? Clica aqui!), para só então retornar à edição 22 para o início de X de Espadas!

Como ponto positivo, posso afirmar que dá para acompanhar a saga numa boa! A sensação é de não ter perdido nada de importante nas edições anteriores! Se bem que, ao escrever isto agora, talvez nem seja tão positivo assim! Se fiquei com essa sensação, é porque talvez não tenha acontecimento realmente nada de importante de lá até aqui! E isso é preocupante! Pelo menos para quem vem gastando o seu rico dinheirinho desde o começo com os gibis quinzenais!

Outro ponto positivo é quanto ao visual dos personagens! Apesar de ter uma penca de mutantes pululando de todos os lados – o que nos traz uma péssima memória dos Anos 1990 – aqui pelo menos resolveram simplificar os uniformes de todos e até retomar trajes clássicos! Assim, fica fácil identificar quem é quem no rolê! Mesmo assim, todos carecem de um desenvolvimento mais aprofundado, parecendo bem superficiais na grande maioria das vezes! Lemos a “voz” saindo da boca dos personagens, mas não parecem que são eles que falam, já que praticamente todos têm o mesmo jeito de falar (exceção para Wolverine, Senhor Sinistro, Apocalipse e Magia).

Esta fase dos heróis mutantes é superestimada, como já falei antes! É um velho arroz com feijão oriundo dos Anos 1990, mas requentado com um tempero novo para fazer parecer revolucionário aos olhos dos novos leitores! Jonatham Hickman tem essa habilidade! Mas não se engane, leitor das antigas! É tudo mais do mesmo, só que mais bonito e mais bem desenhado! Como exemplo, basta pegar as edições do Wolverine que, logo de cara, cai na mesmíssima ladainha de recorrer a flashbacks do passado do baixinho como ferramenta narrativa! Até parece que só tem essa forma de escrever Wolverine! Mais anos 90 do que isso, impossível! Sobre o design dos gibis que apresentam a todo momento aquelas páginas informativas, posso afirmar que em vários momentos elas só servem para travar o ritmo de leitura! Se eram relevantes nas primeiras quatro edições, aqui apenas atravancam a virada de página! Lá pela edição 4 da saga, já desisti de lê-las e continuei como se nada tivesse acontecido! Não fizeram falta!

Sobre a saga em si, até começa instigante com a invasão dos guerreiros de Arakko aos reinos do Extramundo para poder chegar até Krakoa! Dá vontade de saber como os mutantes lidarão com forças tão destrutivas! E pelo menos no visual, os novos personagens são bem bacanas, já que no desenvolvimento, nada é muito aprofundado! É até intrigante as “profecias” literalmente tiradas de cartas na manga pela regente do Extramundo, Opal Luna Saturnyne, sobre os dez portadores de espadas enigmáticas que deverão duelar pelo destino das realidades! E é somente isso que nos mantêm interessados em prosseguir na leitura! Como eu disse, é apenas uma saga com os vícios dos Anos 1990! Não vá esperando o último biscoito do pacote! A partir daqui, a saga até dá uma tropeçada, com a “inesperada” trégua dos invasores diante da Saturnyne, que os convence a participar do tal duelo de espadas! Com o poderio que eles detêm, não precisariam se sujeitar a isso! Mas tudo bem! Vamos ver até onde isso vai dar!

Nas partes dois e três, vemos os personagens na busca por suas espadas! Achei bem divertido (exceto as histórias do Wolverine, bem enfadonhas)! Pelo menos aqui as páginas informativas foram bem utilizadas, ao mostrar detalhes consistentes das espadas, à medida em que iam aparecendo no decorrer da trama!

Mas é nas partes quatro e cinco que a saga desanda de vez! O fio de credibilidade, que já não era lá tão forte, se parte de vez com um jantar entre todos os duelistas antes do famigerado duelo! Entendo que isso foi necessário para tentar aprofundar um pouco os (muitos) novos personagens, mas foi osso duro de roer chegar até o final dessa pendenga! E quando finalmente começa o duelo com as espadas… falta justamente UM DUELO COM ESPADAS! Se a intenção era mostrar uma pataquada entre os antagonistas, pra que perder tanto tempo mostrando vários personagens procurando por espadas que não usariam? Todas as regras narrativas estabelecidas no começo da saga são jogadas no lixo, com soluções estapafúrdias tiradas do nada pela Saturnyne… ou pelos roteiristas, já que a personagem não tem culpa! E nem vou citar um casamento absurdo que acontece do nada! Assim, temos um duelo pífio que não dá em nada e, no final, a saga se encerra com uma guerra, exatamente como começou, com os vilões voltando a demonstrar todo o poderio sanguinolento do início!

Entre mortos e feridos, foi até divertido retornar à personagens tão queridos (sou muito fã dos Xis-men), mas é latente como todos os vícios dos anos 90 ainda estão lá! Muitos títulos, muitos personagens, zero identidade! Tudo parece muito igual! Nenhum grupo tem identidade própria! Muda o nome da revista (Excalibur, X-Force, Novos Mutantes, X-men…) e parece que estamos lendo a mesma coisa! Tem uma certa coesão nisso tudo, mas uma coesão pro lado ruim! Tudo é mais do mesmo!

ELIZA, A ELFA LOUCA MERCENÁRIA SEM CORAÇÃO!

Mais ou menos por volta de 2011-2012, em uma das várias turmas do Curso de Mangá que ministrei no Senac Ceará, aproveitei as aulas para criar uma personagem como forma de demonstração aos alunos. A ideia era participar do mesmo processo criativo a que a turma estava passando no decorrer do curso. Além de ter sido um recurso didático muito divertido e proveitoso, essa brincadeira rendeu-me a Eliza! Na ocasião, a exemplo dos alunos, criei uma pequena história de quatro páginas para a personagem. Com ordem de leitura oriental e tudo! Pena que só consegui arte-finalizar a primeira página, já que eu tinha que orientar os projetos dos meus queridos alunos! Dá só uma olhada como ficou:

Sobre a personagem, Eliza é uma implacável caçadora de recompensas com a má fama de ser a “elfa louca mercenária sem coração”, apelido provavelmente adquirido pelo seu mau humor e ferocidade com que cumpre suas demandas. Eliza é extremamente ambiciosa e não se preocupa com nada além de obter suas recompensas.

Passado mais algum tempo, me apaixonei tanto pela personagem, que resolvi expandir a antiga história de quatro páginas em um conto intitulado “As Ruínas de Angoera”. No conto, Eliza empreende uma caçada a um criminoso orc, quando se depara com um ladrão galanteador humano, de nome Julio, que aparenta estar com o mesmo objetivo. Depois de uma acirrada disputa para ver quem captura o orc, no qual Eliza sagra-se bem-sucedida, o humano lança uma proposta tão tentadora quanto perigosa à ambiciosa elfa: partir à procura de um valioso tesouro guardado por uma terrível criatura sobrenatural conhecida pela alcunha de Angoera.

Em 2013 resolvi transformar esse conto em Mangá, dessa vez com ordem de leitura ocidental! Mas acabei deixando de lado por conta de outros afazeres profissionais. Cheguei a desenhar algumas páginas e arte-finalizar outras poucas. O resultado você confere abaixo:

Agora em 2021, tenho a imensa alegria de anunciar que o mangá “As Ruínas de Angoera” vai finalmente sair do papel! Ou melhor, vai entrar no papel, já que vou retomar os desenhos! E vou recomeçar tudo do zero, já que não desenho mais do mesmo jeito que em 2013! Será na ordem de leitura ocidental! Para não correr o risco de morrer na praia, dessa vez vou desenhar aos poucos, apenas uma página por semana, para não conflitar com o meu trabalho na Mauricio de Sousa Produções. E você vai poder conferir tudo isso, semana a semana, aqui mesmo, a partir de abril!

OS CROSSOVERS IMAGINÁRIOS!

Costumo dizer que um médico ou um advogado, quando estafados, podem recorrer às artes para dar uma relaxada! Mas e quando a pessoa trabalha com artes, o que faria para relaxar? Uma cirurgia? Soltar um preso?

Foi pensando nisso que surgiu, meio que por brincadeira, a série de ilustrações “Crossovers Imaginários”. O propósito é unicamente relaxar e descansar a mente do trabalho “normal”, digamos assim! Sem regras, sem amarras, sem prazos! Apenas focando na diversão e nos encontros inusitados entre personagens de diferentes mídias! Saca só como ficaram as ilustrações produzidas até aqui…

O QUE ANDEI LENDO: Conan, O Bárbaro

O Conan é um personagem que tem uma história com começo, meio e fim bem estabelecidos pelo seu criador Robert Ervin Howard nos contos que escreveu originalmente na década de 1930! O personagem já foi ladrão, mercenário, soldado, pirata… até se tornar Rei! Com isso, o bárbaro cimério consegue a façanha de ser acessível para qualquer leitor de qualquer época (assim como o Tex, por exemplo), com HQs sem amarras cronológicas que possibilitam ser narrados momentos de qualquer período de sua vida! E quando bem escritas, então, se tornam um deleite! É o que acontece com essa nova série escrita por Jason Aaron!

Jason Aaron não inventa a roda, nem descobre a pólvora! Apenas replica no seu Conan o que já havia feito com o Thor: coloca o cimério para enfrentar uma mesma terrível ameaça ao longo de vários momentos de sua vida, começando aos 17 anos, recém saído da Ciméria, e culminando na velhice, nos últimos resquícios como Rei da Aquilônia! Além de ser uma aventura instigante, bem estruturada e arquitetada, o enredo claramente serve para reapresentar a personalidade e as facetas de Conan aos novos leitores! Para o leitores veteranos, é uma alegria ver um personagem tão querido receber um tratamento tão cuidadoso e zeloso! Dá gosto devorar as novas revistinhas, fininhas que são, e aguardar com ansiedade pela próxima!

Jason Aaron aproveita essa característica atemporal de Conan e brinca com os vários períodos da sua vida, além de demonstrar profundo conhecimento da mitologia do personagem, já que a personalidade do cimério de bronze muda sutilmente de um período a outro. Basta reparar como o Conan é petulante e descuidado quando jovem, mas já cauteloso e sábio quando rei!

A nova série nos faz pensar em como seria se essa característica atemporal também fosse aplicada aos quadrinhos de super-heróis. O Homem-Aranha, por exemplo, teria sido estudante do ensino médio, fotógrafo do Clarim Diário, universitário, namorado da Gwen Stacy, namorado da Mary Jane, teria usado o uniforme negro simbionte, teria sido namorado da Gata Negra, cientista, casado, vingador e pai da Garota Aranha! Daí, cada roteirista escolheria que período da vida do cabeça de teia abordaria em suas histórias. Acabariam as amarras cronológicas e as histórias chatas…

Mais ou menos!

O Conan é acessível, mas nem sempre tem histórias bem escritas, apesar de a média de boas histórias ser maior! Felizmente Jason Aaron está dentro dessa boa média, juntamente com a equipe de arte formada por Mahmud Asrar (desenhos) e Mattew Wilson (cores), além de Esad Ribic nas belas capas! Vale muito a pena acompanhar essa série!

Imagens das capas extraídas do Guia dos Quadrinhos

O QUE ANDEI LENDO: Monstros à Solta!

Eis um belo caso de hq divertida com potencial um pouco desperdiçado!

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Imagens extraídas do site Guia dos Quadrinhos

Os caras tiveram uma daquelas ideias que nos faz dizer “por que não pensaram nisso antes?”: simplesmente mostrar a chegada na Terra de meteoros que se transformam em monstros e colocar os super-heróis e os monstros clássicos da Marvel para enfrentar essa nova ameaça! Pareceu divertido? Também achei!

No entanto, os roteiristas meteram os pés pelas mãos e se perderam nas próprias ideias! O enredo não desenvolve direito os novos monstros, você não sabe quem são, pois aparecem tantas figuras diferentes ao mesmo tempo, que não dá nem pra saber quem está chegando! É uma confusão visual tremenda, com design de monstros um pouco mais trabalhados no início da peleja e outros – muitos outros – genéricos ao longo das edições! Não sei se a intenção era realmente essa, a de trabalhar os monstros como meros buchas de canhão sem personalidade, mas desenvolver bem umas quatro ou seis criaturas, com visual e poderes bem estabelecidos, já resolveria o problema e provocaria uma imersão bem maior na trama!

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Na parte dos super-heróis… bem… outro problema contemporâneo! Os heróis estão tão sisudos (vide Capitão “Sam Wilson” América, Thor “Jane Foster”, Visão, Vespa, todos os Inumanos, X-men, e por aí vai…), que se tornaram todos muito parecidos! E o que é pior, nivelando por baixo! O heróis estão tão sérios, que ficaram chatos! O único que ainda é mostrado com um pouco de sua essência é o Homem-Aranha, mas suas piadinhas parecem deslocadas, forçadas (não que antes o velho escalador de paredes já não forçasse suas piadas!). Nesse contexto, os grupos que acabam sendo mais divertidos são os Guardiões da Galáxia e, pasmem (pelo menos pra mim, que achei que não iria gostar), os Campeões!

Com relação aos monstros clássicos da Marvel… bem… outro problema! Os roteiristas esqueceram que a maioria dos leitores (e talvez nem os mais jovens) não conhecem os monstros clássicos da Marvel! A única exceção é, talvez, o Fin Fang Foom! E olhe, olhe! Assim, a série carece de uma apresentação mais aprofundada sobre quem são os monstros e quais suas habilidades! A meu ver, tentaram dar protagonismo pra tanta gente, que não deram protagonismo pra ninguém! Se tivessem focado apenas na peleja de monstros contra monstros, deixando os super-heróis em segundo plano (mais ou menos como acontece em Godzilla), teria sido bem mais interessante!

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Pra finalizar, vamos falar da ação! Tenho estudado muito roteirismo e a primeira lição que aprendi é: “MOSTRE, NÃO FALE”! Os roteiros atuais de super-heróis (com algumas poucas exceções) estão fazendo justamente o contrário! Estão falando demais e mostrando de menos! Não adianta o Capitão América morrer de dizer que a ameaça dos monstros é algo urgente, se isso não é mostrado pro leitor! E quando é mostrado, é em um emaranhado de traços confusos que ninguém entende o que está acontecendo, quem está batendo em quem ou não temos nenhuma noção geográfica e espacial de onde a ação transcorre! Fica o tempo todo a sensação de que os confrontos estão acontecendo em outro lugar e não naquele que foi desenhado para o público ver! Sendo que não queríamos “estar” ali, mas no local divertido onde a pêia está comendo… só que não mostram! Com isso, perde-se a noção de escala, não dá pra ter a sensação da destruição e nem do nível de ameaça das criaturas. Novamente, quem melhor trabalha essa parte são os caras que cuidaram dos tie ins dos Guardiões da Galáxia (o confronto no oceano é divertido demais) e dos Campeões!

Mesmo com todos esses problemas apontados, essa minissérie (?) em três edições até que é bem divertida e vale a pena dar uma conferida, desde que seja comprada em alguma promoção, claro! A julgar pelo gancho final, teremos novas histórias explorando essa premissa com o jovem inumano que desenha monstros. Não falei dele? Ah, essa faz parte das boas ideias da obra! Vamos ver como será daqui pra frente! Ou não!

MAD 90: Animanés da Mad e onde se escondem!

Demorei, mas voltei!

Em dois sentidos, aliás!

Primeiro, fazia tempo que não atualizava o blog devido à correria do cotidiano e pela facilidade e rapidez de postar as novidades através das redes sociais! Mas a partir de agora tudo será diferente (assim espero)! Vou me dedicar mais a esse espaço tão querido, voltando com todo o gás com as seções que tanto gosto de escrever (e espero que você também goste de ler). A saber:

  • Vi no cinema – pitacos sobre os filmes lançados e dicas acerca das referências.
  • Vi no streaming – também pitacos de séries, animações ou filmes vistos no streaming e dicas de referências puxadas por essas obras.
  • O que andei lendo (ou relendo) – achismos sobre gibis, livros, bulas de remédio e afins!
  • Dicas ilustradas – referências para turbinar a criatividade da galera que ilustra ou curte ilustrações!
  • Passo-a-passo – análise de algum trampo meu que valha a pena compartilhar com vocês!
  • Contos em gibi – essa é uma novidade que tenho vontade de fazer há tempos! Tenho aqui na minha caixola alguns contos que transformarei em quadrinhos de 08 à 12 páginas e postarei no blog semanalmente!

Segundo, fazia tempo que eu estava devendo a minha última incursão na já saudosa revista MAD, que foi cancelada pela Panini Comics na edição de Nº 90 em maio de 2016. Como você já percebeu pelo título da postagem, trata-se de uma paródia do primeiro filme da nova franquia do Harry Potter sem o Harry Potter (ops!), “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, que sob a ótica da MAD, ficou como “Animanés da MAD e onde se escondem”! Boa leitura e até breve!

MAD 90_Animanes Fanaticos_pag 01_final

MAD 90_Animanes Fanaticos_pag 02_final

O que andei lendo: INVENCÍVEL!

InvencivelVol01

Finalmente coloquei as minhas mãos na série do Invencível, já que esperei (e como esperei!) para comprar baratinho em um sebo! Só para você ter uma ideia, o primeiro volume saiu por aqui em março de 2006 e o quarto (e último e sem continuação!), em outubro de 2012, ambos publicados pela HQM Editora, que chegou a anunciar o quinto encadernado, mas até hoje… Nada!

A espera valeu a pena, tanto na leitura quanto no bolso!

InvencivelVol02

Eu já tinha ouvido falar do quanto essa série era boa e já conhecia a competência do Robert Kirkman nos roteiros. O cara conhece muito das características, idiossincrasias e clichês dos gibis de super-heróis e usa esse conhecimento a seu favor para escrever uma HQ muito divertida! E o que é melhor: sem tentar reinventar a roda ou redescobrir a pólvora! Em diversos momentos me senti lendo um bom gibi do Homem-Aranha como antigamente, no qual um super-herói adolescente precisa salvar o dia lutando contra vilões ameaçadores, enquanto descobre a extensão dos próprios poderes e tem que chegar cedo em casa, lidar com os pais, com dever de casa, com a escola, com o trabalho, com os amigos e com as garotas! A relação do Invencível com o seu cotidiano de “civil” entremeado com superpoderes é o foco da atenção do enredo. Tanto é que na maioria dos combates contra os vilões, são mostrados apenas o início e o fim da briga. O enredo não se estende demais do quebra-pau, a não ser que seja de extrema importância para, mais na frente, mostrar como isso impacta na vida cotidiana do herói!

InvencivelVol03

E o que falar da arte? Que coisa “marlinda”! O Cory Walker tem um traço de linha clara tão limpo, que chega a dar gosto! Suas cenas desenhadas em um estilo mais cartunesco têm movimento, ao contrário de muitos desenhos “realistas” em outros gibis que mais parecem poses pra foto! E acredite: é mais fácil você treinar e desenhar “realistinha”, do que conseguir abstrair toda a gordura desnecessária e criar um traço estilizado e conciso! Por isso que esse cara, e tantos outros com essa pegada, têm a minha admiração! A todo momento fica a sensação de estar lendo um “desenho animado” graças, também, às cores de paletas suaves do Bill Crabtree. Entretanto, o Cory Walker ficou com dificuldade de cumprir os prazos e trocou de lugar no volume dois com o desenhista Ryan Ottley, que se perde um pouco no início tentando emular o traço do seu antecessor, mas que acerta o prumo no volume seguinte e deslancha de vez no quarto encadernado!

InvencivelVol04

Antes, durante e depois da leitura, várias referências a outros quadrinhos me vieram à mente, seja pela temática semelhante de roteiro ou pela arte. Uma delas foi a minissérie em duas edições “Ultra: Sete Dias”, também publicada originalmente pela Image Comics (à exemplo do Invencível), mas lançada aqui no Brasil pela Pixel Media. Produzida pelos Irmãos Luna (Joshua e Jonathan), a série conta a história das três amigas Liv, Jen e Pearl, também conhecidas como as super-heroínas Afrodite, Vaqueira e Ultra. Assim como em Invencível, o mais importante aqui não são os embates superpoderosos, mas a relação cotidiana das três amigas em um mundo onde os super-heróis são tratados como celebridades. O mais bacana da série é ver como a natureza feminina é abordada em personagens tão humanas, apesar de superpoderosas, com suas alegrias, frustrações, tristezas, incertezas… com uma arte de cair o queixo de tão boa! Uma sacada bacana, é que as capas simulam pôster de filme e capas de revistas de celebridades! Vale muito a pena! Tanto Invencível, quanto Ultra!

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