CADERNOS DE RABISCOS NA LOJINHA DO LÊ

Tudo começou como uma brincadeira! Eu tinha em casa algumas folhas em branco de papel cartão no formato americano e pensei: “Por que não rabiscar algumas capas clássicas da Marvel misturando os super-heróis da Casa das Ideias com os personagens da Disney?” O resultado foi o que batizei depois de “DuckCovers” (Quer ver? Clica aqui!). Tempos depois, meu filho se empolgou com os rabiscos e perguntou: “Pai, por que você não imprime esses desenhos?” O resultado é uma coleção de caderninhos de rascunhos baseada na Saga da Fênix Negra com tiragem limitadíssima que estou colocando à venda na Lojinha do Lê!

COLEÇÃO ESTILO MOLESKINE

A capa do primeiro caderno coloca o Mickey no papel de Wolverine na cena clássica da invasão ao Clube do Inferno, quando o baixinho invocado range os dentes no esgoto e se prepara para o contra-ataque! A segunda capa é baseada na memorável saga Dias de Um Futuro Esquecido e traz o Tio Patinhas no papel do Velho Logan e a Pata Lee fazendo as vezes da Kitty Pryde!

Tamanho 9x14cm
Capa dura
Pautado
Elástico protetor
Fitilho marcador
Tiragem limitada de 05 cópias (cada)

Preço: R$ 29,90 (cada)

COLEÇÃO ESTILO SKETCHBOOK

Essa coleção apresenta três capas diferentes, baseadas no ápice da Saga da Fênix Negra, quando a Jean Grey perde o controle, é julgada pelo Império Shiar e precisa enfrentar a Guarda Imperial ao lado dos seus colegas X-men, quando perde a vida ao final do combate! A primeira capa coloca justamente a diva Margarida como a poderosa Fênix Negra! Na segunda capa, temos o nosso querido Zé Carioca como Ciclope segurando a desacordada Rosinha, que faz o papel de Fênix Negra! Na terceira e última capa, quem assume o papel de Garota Marvel, é a Minnie, ao lado do seu eterno namorado Mickey, interpretando o Ciclope!

Tamanho 10x14cm
Capa kraft
Sem pauta
Brochura
Tiragem limitada de 10 cópias (cada)

Preço: R$ 19,90 (cada)

BAZAR HQ EM FORTALEZA

Para os residentes de Fortaleza que ficaram doidos para adquirir os caderninhos, venderei no Bazar HQ! Além dos caderninhos, vou levar para vender alguns gibis do Zé Carioca com roteiros escritos por mim! Também desenharei sketchs encomendados na hora, por apenas R$ 9,90 (Tamanho 14x21cm, em P&B)! E o melhor: o evento é gratuito! É só chegar e se divertir!

Quando: 09 de Março de 2025 (domingo) – A partir de 13h
Onde: Praça Luiza Távora – Av. Santos Dumont, 1589 – Aldeota

LEITURAS DA SEMANA: MUITO CONAN E UM PATORINE!

Continuei a brincadeira de “365 leituras da pilha de 2025” com muito barbarismo e uma paródia Disney/Marvel! Confere aí um breve comentário do que li até o dia 05 de janeiro:

2 – A ESPADA SELVAGEM DE CONAN #169

Conan enfrenta um terrível feiticeiro renascido dos tempos do Rei Kull. Nessa trama, Chuck Dixon até se esforça para traçar um suspense crescente sobre os terríveis poderes do tal feiticeiro. No entanto, padece de um probleminha que vira e mexe acomete alguns roteiristas: criar uma ameaça grande demais, invencível demais, para ser derrotada rápido demais e da forma mais idiota possível! Mesmo assim, a arte de Steve Carr, brilhantemente finalizada pelo Al Williamson (veterano desenhista da Creepy) dão aquele ar de terror clássico à história, o que torna a leitura divertida!

3 – A ESPADA SELVAGEM DE CONAN #170

Essa edição traz duas histórias estreladas por Conan! Na primeira, o cimério se envolve numa trama de traição envolvendo, claro, uma bela mulher. Na segunda, o Rei Conan se depara com uma criatura a la Lovecraft, ao mesmo tempo em que enfrenta um vampiro! Histórias que nem fedem, nem cheiram, mas servem para passar o tempo!

4 – A ESPADA SELVAGEM DE CONAN #171

Mais duas histórias do Conan, no estilo “caça ao tesouro”! Apesar dos enredos serem bem batidos, os desenhos caprichados compensam a leitura! A impressão que passa, é que o Chuck Dixon e o Mike Baron (roteiristas da primeira e segunda histórias, respectivamente), estão escrevendo um Conan que não é o Conan! Mas um personagem que tenta emular ou até mesmo imitar o cimério de bronze dos tempos áureos do Roy Thomas! Falta um pouco de carisma!

5 – A ESPADA SELVAGEM DE CONAN #172

Bill Mantlo assina o texto dessa edição e traz um sopro de criatividade, ao retratar uma cidade sitiada por um exército de mortos-vivos que toda noite ataca os seus muros à procura da vida eterna! O Conan, claro, foi parar no meio desse furdunço!

6 – A ESPADA SELVAGEM DE CONAN #173

Está aqui uma trama confusa e sem carisma, cheia de idas e vindas que não levam a lugar algum! O engraçado é que o Michal Fleisher, o “sucessor” do Roy Thomas, não costuma errar (tão) feio assim! Para completar, os tais “Homens de Barro” do título da história em momento algum representam uma grande ameaça, já que quando finalmente aparecem na trama, rapidamente são escorraçados! Ou seja, aquele mesmo problema: o enredo inteiro fica pintando os vilões como uma grande ameaça, criando uma expectativa imensa, para quando aparecem, simplesmente não mostrarem a que vieram!

7 – A ESPADA SELVAGEM DE CONAN #174

Lembra sobre o que eu falei da “imitação” de Conan das histórias do Chuck Dixon? Pois é! Aqui, quem escreve é um tal de Larry Yakata! Está certo e claro que sabemos que o Conan é um sujeito durão, que vence todos os desafios que enfrenta! E a graça das histórias, é ver quão engenhoso o cimério vai ser para vencer seus obstáculos! Nessas histórias “pós-Thomas”, os roteiristas parecem focar apenas no lado invencível do Conan, sem conseguir bolar modos engenhosos de demonstrar essa invencibilidade! Sei o quanto é difícil bolar histórias boas com um personagem tão antigo. Mas chegar ao cúmulo de cegar o Conan e torná-lo uma máquina de matar com olhos vendados, sem passar por nenhuma dificuldade, a não ser treinar sua espada contra alguns cactos… Aí já é demais, né?

8 – O QUE ACONTECERIA SE… PATO DONALD SE TORNASSE WOLVERINE

Antes mesmo da Marvel começar a fazer suas capas variantes homenageando o centenário da Disney, misturando seus super-heróis com os habitantes de Patopolis, eu já havia começado a fazer essa brincadeira numa série de sketchs que batizei de “Duck Covers” (confira aqui)! Então, nem preciso dizer o quanto fiquei alegre ao me deparar com essa edição especial! Mas tirando os belos desenhos, o enredo passa longe da diversão, preferindo fazer uma série de recortes de momentos marcantes do Wolverine, ao invés de focar em uma paródia de verdade, como os gibis Disney são especialistas em fazer! Para piorar, a história mesmo, aquela em que o Bafo Caveira rouba o armamento dos heróis, se passa fora da história, com os personagens apenas mencionando o fato, ao invés de viverem o fato!

A MINHA HISTÓRIA COM O ZÉ CARIOCA!

Durante muitos anos, os gibis da Disney foram publicados no Brasil pela Editora Abril Jovem! Curiosamente, a maioria dos quadrinhos protagonizados pelo Pato Donald, Tio Patinhas, Mickey e muitos outros, também eram produzidos pela própria Editora Abril, que mantinha um estúdio em suas dependências voltado para esse fim. Era o caso também, e principalmente, do Zé Carioca, que só ganhou a sua “brasilidade” graças aos talentos dos nossos quadrinistas nacionais!

A Editoria Abril publicou os quadrinhos Disney até 2018, quando encerrou o contrato e passou o bastão para a Editora Culturama, que já em meados de 2019 começou a lançar os novos gibis dos habitantes de Patópolis!

E onde é que eu entro nessa história? A Editora Abril já havia encerrado as atividades do seu estúdio Disney muito antes de cancelar os seus títulos! A revista do Zé Carioca, inclusive, chegava nas bancas com republicações de histórias antigas! Mas, antes de jogar a toalha por completo, a Abril ainda ensaiou um retorno à produção de histórias inéditas do Zé, com alguns gatos pingados saindo aqui e acolá nas páginas da revista! Acontece que o editor da Disney na Abril, Paulo Maffia, assumiu os quadrinhos Disney na Culturama! Esses dois fatos, a tímida produção de hqs inéditas no final da Abril e o mesmo editor na Culturama, me acenderam uma luzinha de oportunidade! E se o Paulo Maffia relançar o Zé Carioca com histórias inéditas na Culturama?

Foi com esse pensamento em mente, que abordei o Paulo Maffia na CCXP – Comic Con Experience – em dezembro de 2019! O editor, claro, desconversou! Nem confirmou, nem negou! Mesmo assim, perguntei se eu poderia preparar e enviar um teste de roteiro! Ele aceitou!

Comecei a peleja já em janeiro de 2020! A minha ideia foi preparar um roteiro “tipo exportação”, que tivesse a brasilidade do Zé Carioca, mas que também pudesse ser acessível para os outros mercados fora do Brasil que consomem quadrinhos Disney! Queria que fosse algo impactante! Foi daí que veio a ideia de fazer um crossover entre os super-heróis Morcego Verde (alter ego do Zé Carioca) com o Super Pato (versão heroica do Pato Donald), em uma história que se passasse primeiramente em Patópolis! Levei aproximadamente três meses para produzir um roteiro de 30 páginas! Basicamente, mais da metade desse tempo foi dedicado à pesquisa! Enviei para o Paulo Maffia no dia 10 de abril de 2020!

Não demorou muito e o Maffia retornou o contato com a confirmação de que a Editora Culturama iria relançar o Zé Carioca com histórias inéditas produzidas por quadrinistas brasileiros! Bingo! O meu palpite estava certo! E quer saber do mais? Também veio o convite para que eu produzisse uma história de Natal para o Zé! Que alegria! Portanto, a minha estreia oficial nos quadrinhos Disney foi na revista Aventuras Disney nº 21, de dezembro de 2020, com a história natalina “Zé Carioca em: Para o papagaio que tem tudo!” Aquele teste de roteiro com o encontro entre o Morcego Verde e o Super Pato nunca viu a luz do dia nas revistas! Mas você pode conferir como ficou logo abaixo!

50 GIBIS QUE MARCARAM A MINHA VIDA – PARTE 1

Resolvi surfar na onda da tag “50 coisas que…” e fazer uma lista dos gibis que, de uma forma ou de outra, tiveram algum tipo de importância na minha formação como leitor e como produtor de quadrinhos. Como estou escrevendo de “memória”, perdoe qualquer incoerência nos dados fornecidos. Dito isso, vamos lá…

01 – ALMANAQUE DISNEY 214

Até onde consigo lembrar, este foi o primeiro gibi que tive em mãos! Eu devia ter entre 7-8 anos! Na época, uma prima me deu de presente, mas eu não fazia ideia de qual revista se tratava, já que estava sem capa e faltando páginas no começo e no fim do gibi! Só sei que adorei a história do Donald Caça-Fantasmas! E, sem saber, já tinha ficado fã do mestre Giorgio Cavazzano, mesmo sem entender ainda sobre quem fazia o quê em cada gibi! Só depois de adulto, por volta dos 38 anos, é que consegui comprar esse gibi, agora todo completinho! Se tivesse que fazer um paralelo com o universo Disney, eu diria que este almanaque é a minha moedinha número 01!

02 – TIO PATINHAS 294

Este gibi eu já peguei completo com amiguinhos da escola! Já deu para reparar que o meu início de leitura dos gibis foi com a Disney, não é mesmo? Esta edição do Tio Patinhas marcou por conta da última história! Nela, o nosso querido muquirana faz uma aposta com o Patacôncio para ver quem recupera um tesouro numa ilha deserta! Lembro que gostei tanto do barco do Tio Patinhas, que fiz uma réplica para brincar com a minha irmã, utilizando embalagens de papelão de café!

03 – TIO PATINHAS 237

Esta lista segue uma certa linha do tempo! Mas como eu não comprava gibi em banca por falta de grana (eu nem sabia que existia banca!), o que caía na mão, era peixe! Geralmente eu trocava gibis com os colegas da vizinhança ou da escola. Então era muito comum pegar números mais avançados, depois outros mais antigos! Na verdade, eu nem me importava com isso! Só queria ler! E como gostei dessa parodia de “…E o vento levou!” Eu não fazia ideia de que era uma paródia! Gostei mesmo foi de ver os patos em outro contexto!

04 – TIO PATINHAS 256

E mais Tio Patinhas! E mais Giorgio Cavazzano nos desenhos! Nem preciso dizer que adorei essa história! Ainda mais com um tema tão chamativo para a pivetada: corrida de “carrinhos”! Com o passar do tempo, fui perdendo esses gibis da lista. Mas já recuperei todos e guardo com todo carinho!

05 – DISNEY ESPECIAL 114: LENDAS E MISTÉRIOS

E mais Disney na lista! Tem uma explicação bem plausível para a minha predileção pela Disney no início da minha leitura: os desenhos animados clássicos passavam na TV todos os dias! Este foi o meu primeiro Disney Especial! Li e reli inúmeras vezes! Adorei o clima de mistério das histórias, principalmente a primeira história “O tesouro dos Nibelungos”, de onde já fiquei fã do Romano Scarpa, cujo traço é bem parecido com o do Cavazzano (novamente sem saber quem era “Romano”)! Outras duas histórias que adoro, são “A Lenda das Amazonas” e “A Sereia do Lago Dourado”, ambas produzidas pelos mestres brasileiros. Claro que eu não sabia nada sobre autorias na época, mas eu já tinha os meus preferidos!

06 – O INCRÍVEL HULK 10

Como mencionei, a forma que eu tinha de ler gibis, era trocando com outros colegas! Lembro que eu detestava gibis de heróis por achar os desenhos muito “sérios”! Mas depois de descobrir que cada gibi de herói valia dois gibis infantis nas trocas, se tornaram um ótimo negócio! Assim, nessas idas e vindas do “mercado” de trocas, resolvi dar uma chance para o Hulk! E não é que adorei? Mas também, olha o apelo para o moleque: um gigante verde enfurecido trocando sopapos com bichos humanóides! Sem contar a história do robô no final (o Rom)! Qualquer moleque ficaria doido com isso! E foi o que aconteceu comigo! Assim, o Hulk foi (e ainda é) o meu personagem favorito de super-heróis!

07 – CEBOLINHA 36

O primeiro contato que tive com a Turma da Mônica foi com a animação “A Estrelinha Mágica” que passava na época de Natal! Nos quadrinhos, lembro de pegar alguns suplementos coloridos que saía nos jornais! Não lembro exatamente dos gibis, mas é claro que também os tive! Mas um que marcou a minha infância, certamente foi este do Cebolinha! A minha família havia acabado de mudar para outra cidade e o meu pai me levou pela primeira vez para uma banca de gibis! Foi o paraíso! Nunca tinha visto nada daquilo! Na ocasião, ele me comprou dois gibis, esse do Cebolinha e um da Liga da Justiça (falo já sobre este)! Até hoje lembro da historinha de abertura “O Natal do JJ Junior”, que contava a história de um menino rico que tinha tudo, menos a alegria de passar o Natal com os seus pais. Daí, ele foge de casa e acaba encontrando a turminha! Muito emocionante! Infelizmente não o tenho mais e até hoje não consegui encontrar esse gibi para vender… Uma pena!

08 – LIGA DA JUSTIÇA INTERNACIONAL 20

Hoje em dia vejo muito o pessoal se perguntando por onde começar a ler gibis! Na minha época, não tinha isso! Como já mencionei, o que caía na rede, era peixe! A única noção de “Liga da Justiça” que eu tinha, era a do desenho animado “Superamigos”! Mesmo assim, eu não fazia ideia de que aquele grupo das animações era a Liga! Então, peguei o bonde andando ao comprar esse gibi! Junto de Cebolinha 36, foram os primeiros gibis que comprei em banca! Acho que pedi esse ao meu pai pela capa curiosa! Lembra que eu não gostava dos desenhos “sérios” dos heróis? Nesse caso, pirei com a arte expressiva do Kevin Maguire! Tem coisa mais “séria” do que os desenhos do Maguire? Li e reli um monte! Adorei também o Esquadrão Suicida e o Cão Raivoso, que usava uma máscara parecida com a do Jason. Na época eu era fã de filmes de terror, especificamente de Sexta-Feira 13… então já viu, né?

09 – A TEIA DO ARANHA 26

Não lembro se esse foi o primeiro gibi que li do Cabeça de Teia, mas com certeza foi a primeira “A Teia do Aranha”! Peguei emprestada de um colega da vizinhança! E o que ela tem de tão especial? Pirei no visual do Tarântula no traço charmoso do Ross Andru! Ah, também pirei no Magma do John Romita (o pai) e as cores diferentonas do gibi (não eram tão chapadas quanto as outras, tinham algumas nuances).

10 – BATMAN 05

Essa com certeza foi a primeira vez que li um gibi do homem morcego. Era comum na época os jornaleiros arrancarem as capas e devolverem para as distribuidoras (descobri isso anos depois!). Isso explica por que eu tive tantos gibis apenas no miolo no início da minha leitura! Essa não foi exceção! Além de pirar com traço do Neal Adams na história do Batman, também foi a primeira vez que tive contato com a Liga da Justiça clássica!

E essa foi a primeira lista! Nas próximas semanas, teremos mais! Até a próxima!

Imagens extraídas do site Guia dos Quadrinhos!